JUNHO DE 2020 | EDIÇÃO Nº 5
"O que me empolga na ciência é que ela é criativa, inquieta e impulsiona na gente a vontade e a possibilidade de entender um pouquinho mais daquilo que nos encanta."
Representatividade, força e empoderamento representam bem essa integrante do grupo de pesquisa Genética da Conservação (UESC). Carismática, meiga, de sorriso amplo e voz calma, Taise Almeida não esconde a paixão ao falar de forma empolgada sobre sua atual pesquisa que é voltada para a genética da conservação com o foco em restauração florestal. Engenheira Florestal e mestre em Recursos Genéticos Vegetais, ambos pela UFRB, atualmente, doutoranda no Programa de Genética e Biologia Molecular (UESC), Taise reconhece que sua paixão pela ciência surgiu ainda na infância e o amor pela genética e restauração florestal no Ensino Médio.
Inteligente e focada, sua trajetória profissional foi marcada por inúmeras dificuldades para o ingresso e a permanência na universidade e superar tais obstáculos só foi possível graças ao suporte dos pais e políticas sociais oferecidas pela universidade na qual estudava, que a permitiram entender que não só podia estar no espaço do ensino superior,mas que merecia aquele espaço, embora esse direito fora renegado a negros e negras que a precederam.
Como mulher e preta, ela acredita que os obstáculos a enfrentar são maiores, mas que o incentivo oferecido por sua mãe sempre a impulsionaram a ser resiliente e otimista, e reconhece que um de seus medos na vida profissional e pessoal é o de ser silenciada em razão do gênero ou ter suas vitórias questionadas em razão de sua cor e etnia. Apaixonada por escrever e por fotografar, Taise tem como principal inspiração sua mãe e credita a ela o seu empoderamento e desejo por sonhar com o futuro.
Bem ponderada em suas colocações, sua força parece residir em suas raízes, ela reconhece que os planos sobre o futuro profissional ainda estão “sobre a mesa”, que ainda está analisando as possibilidades, mas que o coração está direcionado a usar o seu conhecimento para contribuir com a sociedade e que se utilizar das ferramentas da pesquisa e ciência para trabalhar em ONGs tem sido uma coisa constante em seus objetivos para o futuro profissional e realização pessoal.
Mas, o que sabemos, senhoras e senhores, é que seja qual for o caminho escolhido, o futuro dessa pesquisadora será brilhante e servirá de inspiração e referência para outras mulheres.
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